Apesar de anunciar que a água da Lagoa da Pampulha já atingiu a classificação de nível três, o que permitiria, entre outros usos, esportes náuticos e a pesca amadora, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) orienta à população a manter as atuais restrições ao espelho d’água. Mesmo com a diminuição de algas e do mau cheiro, quem frequenta o local ainda tem receio de algum tipo de contaminação e não se arrisca a se banhar por lá.

Agora, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente irá fazer um estudo sobre as atividades que, de fato, podem ser realizadas na lagoa. Não há prazo para o levantamento ser feito.
“Recomendamos que se aguarde um pouco para pescar. É preciso que haja um plano de manejo, com horários de utilização, quantos e qual tamanho dos barcos. Se não disciplinar, vira água de ninguém. É preciso ter o mínimo de ordenamento, e isso será feito a seu tempo”, explicou Ricardo Aroeira, gerente de Gestão de Águas Urbanas, da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura.

“Há mais de 20 anos eu pesco aqui, mas nunca tive coragem de entrar na água, e ainda não tenho, mesmo com essa melhora que a prefeitura disse que teve” (Roberto Gomes, de 63 anos, pedreiro e pescador amador)

Ele afirma que ainda serão feitos testes nos peixes para verificar se há contaminação. “A recomendação é que não se pesque para o consumo. Vamos investigar a qualidade do pescado e em que condições a pesca amadora pode ser feita”.

Professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Recursos Hídricos da UFMG, Márcio Benedito Batista diz ser difícil garantir que toda a lagoa esteja na Classe 3. “A Pampulha é muito grande, 18 milhões de m³. A PBH não pode garantir a qualidade em todo o perímetro. Uma coisa é globalmente estar numa classe, mas não é possível garantir que esteja em todo o perímetro”.

Ricardo Aroeira enfatizou ser possível haver uma variação na qualidade das águas da lagoa em função, por exemplo, de épocas de seca ou se chuva extrema.

Lagoa da Pampulha
“A impressão é muito boa, mas eu tenho medo de entrar na água. Já visitei Belo Horizonte outras vezes e vim aqui na Pampulha. Acho que melhorou” (Stefan Guttmann, de 47 anos, médico austríaco que trabalha no programa Mais Médicos no Rio de Janeiro. Ontem, ele levou o colega alemão Maik Weitgruber para conhecer a Pampulha e o Mineirão)

 

Resultados

A conclusão da primeira etapa dos serviços de recuperação da lagoa foram apresentados ontem. O projeto gira em torno de R$ 30 milhões.

Iniciado em março de 2016, o trabalho tinha como objetivo reduzir as concentrações de cinco elementos que poluíam a lagoa: fósforo, clorofila-A, cianobactérias, coliformes fecais e a demanda bioquímica de oxigênio (DBO).

Para alcançar as metas, foram utilizados dois produtos químicos, que continuarão a ser despejados na lagoa até o fim deste ano.

 

 

 

 

Fonte: (Hoje em Dia)