Contar histórias e ler para seu filho é ótimo para ajudar a criar um laço afetivo e ainda estimular a criatividade do pequeno, mas um recente estudo publicado no Massachusetts Institute of Technology, Estados Unidos, comprovou que uma simples conversa entre pais e filhos é mais que suficiente para ativar lugares do cérebro responsáveis pelo desenvolvimento da linguagem.
Isso mesmo, um hábito simples e prático que pode ser muito funcional para a criança. “É quase mágico. As conversas ocorrem com mais frequência em famílias de nível socioeconômico elevado, mas as crianças de famílias com menor renda, ou menor nível de educação dos pais, mostraram os mesmos benefícios com o bate-papo caseiro”, diz John Gabrieli, autor da pesquisa.
Mas, quem é pai sabe que nem sempre é fazendo perguntas que a criança vai querer bater um papo com você. Dá uma olhada nestas aqui embaixo:
"Como foi na escola? “Legal.”; Você brincou com seus amigos? “Sim.”; O que você fez na casa da vovó? “Brinquei.”
Por mais que, junto com amiguinhos ou mesmo sozinha ela fale pelos cotovelos, na hora em que boa parte dos pais conversam os pequenos adotam uma postura monossilábica.
A forma de quebrar esses diálogos secos e diretos é tentar estimular o pequeno com uma conversa condizente com sua idade. Confira algumas dicas do que falar de acordo com a fase do seu filho.
Na barriga até 1 ano
Por incrível que pareça, o diálogo já pode iniciar quando ele estiver na barriga. A mãe tem o poder de relaxar e estimular o bebê através da voz, enquanto o pai, se iniciar nesta fase, pode fortalecer o vínculo e fazer o pequeno reconhecê-lo depois do nascimento.
Com o bebê, vale a pena narrar tudo que estão fazendo ou vendo. Isso vai ajudar na associação que o pequeno vai fazer das palavras e atos.
De 1 a 3 anos
De acordo com Christine Bruder, psicóloga e psicanalista do Primetime Child Development (Centro de Desenvolvimento para crianças de zero a três anos), os bebês têm uma grande habilidade em comunicação a ponto de que, mais do que na palavra, os pais devem investir no toque. Reparando em um sorriso ou ruído, você consegue estabelecer uma comunicação bem intuitiva.
E a palavra também pode funcionar como uma espécie de toque, só que aqui vai se dar pelos diferentes tons que vai ser dita. Embora o bebê possa não entenda o significado do que é falado, sente acolhimento ou impaciência na comunicação com os adultos. Um facilitador para a comunicação é desenvolver um contato visual: quando se fala na altura do pequeno, você ajuda na interpretação e ainda demonstra respeito.
Nessa fase, vale conversar sobre a rotina, atividades do dia. Enquanto estiver em um momento de lazer ou brincadeira, estabeleça a comunicação no ponto de interesse da criança: "O que este carrinho faz?"; "Qual é o poder desse super-herói"; "O que você desenhou agora?".
De 3 a 6 anos
Embora a criança já saiba falar, a forma como as coisas são ditas também devem ser consideradas. Por volta dos três anos, a psicóloga Elizabeth Monteiro, autora do livro “Criando Filhos em Tempos Difíceis – Atitudes e Brincadeiras para uma Infância Feliz” (Editora Mercuryo), aponta que as crianças entram na fase da teimar e fazer birra. Os pais não devem encarar o comportamento como uma disputa pelo poder e enfrentá-las, e sim buscar o diálogo e a compreensão para amenizar os efeitos das atitudes.
Nessa etapa, ele já começará a relatar o que faz na escola, nos passeios, com os amigos. Escute com atenção, assim você saberá o que ele aprende, com quem ele brinca, quais são seus interesses, como ele se dá em sala de aula.
Você pode propor jogos que estimulem a imaginação e inversão de papéis, como fingir que o pequeno é o pai e você, o filho. Além disso, brincadeiras de professor e aluno, mocinho e bandido causam bons momentos juntos.
De 6 a 9 anos
Com eles mais crescidos, esta fase é fácil de rolar um distanciamento entre pai e filho por vontade de independência e rejeição natural ao universo estranho do pai.
Tente estabelecer diálogos baseados em perguntas que não sejam respondidas com simples sim ou não, e sempre com foco na imaginação. "Qual foi a coisa mais divertida que você fez hoje?". Não procure só as respostas dele, mas se inclua na conversa compartilhando as coisas que aconteceu na sua vida também.
Se você estabeleceu uma ponte de diálogo com seu filho, ele vai ter segurança para falar contigo em qualquer circustância, contando conflitos na escola, problemas com amigos.
Deixe que seu filho explique o porquê de uma advertência na escola ou da briga na rua, por exemplo, em vez de mandá-lo diretamente para o quarto de castigo. Para que você ganhe o respeito do seu filho, você deve explicar as próprias razões das suas decisões, para ele entender os 'nãos' e não criar fantasias sobre o fato.
Sempre procure escutar e tratar de envolver na conversa de modo que possa orientá-los, para que esse desejo de diálogo persista.
Fonte: (R7)
