"Eu tenho paciente de 30 anos na menopausa e não dá para reverter, por isso, se quiser engravidar, tem que congelar os próprios óvulos antes ou pegar de doação. Tem se tornado mais frequente do que antigamente", relata.
Cirurgia nos ovários pode ser causa
De acordo com o especialista, há mulheres que têm menopausa prematura sem que haja uma causa para isso. "A paciente nasceu com uma quantidade menor [de óvulos] do que deveria", resume.
Entretanto, a realização de cirurgias que atinjam os ovários e o histórico familiar podem ser razões para que uma mulher deixe de ter óvulos antes do tempo esperado.
"Se você teve endometriose e foi necessário cauterizar os ovários. se teve cisto e por isso precisou tirar uma parte de um ovário", cita Caldeira, como exemplo. "Toda vez que se faz uma cirurgia, acaba ressecando [os ovários] e há risco de diminuir a reserva ovariana", completa.
Diagnóstico antecipado
O exame antimulleriano, feito com uma amostra de sangue, permite saber qual a quantidade de óvulos que cada mulher tem nos ovários, a partir da análise do hormônio de mesmo nome.
"A gente indica para todas as pacientes acima dos 35 anos. Mas se há histórico familiar, por exemplo, a mãe entrou na menopausa aos 36 anos, a gente começa a investigar [a paciente] dez anos antes", explica.
O ginecologista ressalta que toda mulher deve ir ao ginecologista e realizar ultrassom transvaginal, pois além do hormônio antimulleriano existem outros indícios de menopausa precoce: o ovário diminuído e a quantidade de FSH (hormônio folículo estimulante).
"O FSH é um hormônio que a hipófise produz e que faz a paciente ovular. Quando ela tem pouco óvulo, a hipófise vai jogando mais FSH, se ele estiver muito alto, próximo a 10, precisa fazer o exame de sangue", explica.