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DOENÇAS

AVC x dor de cabeça: sintomas podem ser confundidos. Aprenda a identificar
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Um dos sintomas do acidente vascular cerebral (AVC) – doença que mais mata no Brasil, segundo pesquisa feita pelo Ministério da Saúde – é a dor de cabeça. Muitas vezes, uma simples enxaqueca é confundida com sinais de um aneurisma cerebral, e o socorro não é prestado de forma adequada, no tempo certo.

Mas, afinal, quais são os sintomas do AVC que o diferenciam de uma dor de cabeça comum?

Como diferenciar AVC e aneurisma de dor de cabeça

O Dr. Sérgio Tadeu Fernandes, do Instituto Brasileiro Integrado de Neurociências (iBrain) esclarece que, antes de qualquer coisa, é preciso identificar os dois tipos de dor de cabeça existentes: a dor de cabeça primária e a dor de cabeça secundária.

"A primária ocorre quando a dor de cabeça pode ser definida como o próprio problema. A dor é a doença, ela não é sintoma. Por exemplo: a enxaqueca é simplesmente a enxaqueca e, na maioria dos casos, não evidencia outro problema mais grave", diz o médico.

Já a secundária ocorre quando a dor de cabeça é o sintoma de alguma outra doença, geralmente mais crítico e com riscos de sequelas ou morte. "No caso, alguns tipos de derrame podem ter a dor de cabeça como sintoma. Nesse caso, ela é secundária, e é a ela que devemos estar atentos nos casos de AVC".

Dor de cabeça forte: é AVC?

Nem todo derrame se manifesta com dores de cabeça, diz Sergio. Mas, em alguns casos, a dor pode, sim, ser sintoma de AVC. O médico explica que há duas características fundamentais que tornam a dor de cabeça preocupante.

A segunda característica é a dor de cabeça que muda de padrão. Vamos supor, por exemplo, que você está já "acostumada" com um certo tipo de enxaqueca, uma dor latejante, que começa fraca e vai aumentando. E que um determinado tipo de analgésico costuma funcionar para você no combate a esse desconforto. "É preciso ficar atento a qualquer mudança no padrão de dor. Se ela começa a vir com mais frequência ou intensidade, se o remédio que antes funcionava não adianta mais, ou caso a dor apareça em algum momento que não costumava aparecer: tudo isso é sinal de alerta e pede uma ida ao pronto-socorro", recomenda.

Algumas vezes, a dor de cabeça vem acompanhada de sintomas clássicos do AVC: alterações de comportamento, sonolência, paralisação de um dos lados do corpo ou do rosto, desmaios, perda da capacidade da fala, entre outros. Nesses casos, mesmo que não haja dor de cabeça, deve-se ir imediatamente ao hospital.

Aneurisma, AVC isquêmico e AVC hemorrágico

O neurocirurgião esclarece as diferenças entre os problemas e alerta: "O AVC mais frequentemente confundido com dor de cabeça primária é o hemorrágico".

  • Aneurisma: é uma dilatação anormal de algum vaso sanguíneo do cérebro. "É como se fosse um ponto fraco. Eu costumo comparar a um encanamento que não funciona. Só se percebe que há um cano com defeito se começar uma infiltração ou ele estourar. É a mesma coisa no cérebro: o aneurisma é descoberto, normalmente, quando se sofre um tipo de AVC", explica Sérgio.
 
  • AVC ou derrame cerebral: é uma consequência do aneurisma, e pode ser de dois tipos.
  • AVC Hemorrágico: quando ocorre a ruptura do aneurisma, com sangramento.
  • AVC Isquêmico: o vaso cerebral entope, o sangue não circula adequadamente e a área comprometida acaba sofrendo uma isquemia – ela deixa de ser irrigada e causa sequelas. É o tipo de AVC mais frequente (cerca de 80% dos casos), segundo Sergio.

O médico diz que não existe um tipo mais grave de AVC: os dois são igualmente perigosos em termos de risco de morte e sequelas, dependendo da extensão da área do cérebro que é comprometida. Além disso, não há diferenças entre os sintomas de cada um dos dois. "Só é possível diferenciar depois, em exames muito específicos, como a tomografia ou a ressonância".

Tempo de ação no AVC: crucial para salvar vidas e anular ou diminuir sequelas

De acordo com Sérgio, o mais importante é agir com rapidez, caso algum dos sintomas apareça, incluindo a dor de cabeça secundária com as duas características preocupantes (súbita e fora do padrão habitual).

"O tempo é essencial: quanto mais rápidos o socorro e o diagnóstico, maiores as chances de minimizar ou até mesmo eliminar 100% as sequelas", informa o neurocirurgião.

E qual é esse tempo de ação? "Seis horas depois da manifestação do primeiro sintoma de AVC", diz Sérgio. "Se o paciente chegar ao hospital até seis horas após o primeiro momento dessas alterações, é possível tratar o derrame e dissolver o quadro. Fora disso, dá para minimizar as complicações, mas a chance de ir a óbito ou ficar com sequelas permanentes é muito grande".

Uma particularidade, no entanto, é quando a pessoa vai dormir e acorda com os sintomas. Nesse caso, é preciso levar em consideração o último momento em que o paciente foi visto sem as anormalidades.

Por que o AVC mata tanto?

A doença vitima uma pessoa a cada cinco minutos no Brasil, de acordo com um estudo do Ministério da Saúde. E a razão para isso, segundo Sérgio, é que a maioria das pessoas subestima os sintomas do derrame cerebral. "É um quadro extremamente crítico: estamos falando em morte, comprometimento da fala, dos movimentos, coma, sequelas graves e que podem ser permanentes", ressalta o neurocirurgião. Por isso, correr para o médico caso suspeite de alguma coisa pode ser determinante no tratamento da doença.

Grupos de risco do derrame cerebral

De modo geral, são os mesmos para o infarto do coração. "O AVC é uma doença dos vasos que se manifesta no cérebro. Sendo assim, todos os vasos do corpo estão comprometidos", esclarece o profissional.

Pessoas com pressão alta, sedentários, fumantes, diabéticos, usuários de álcool e drogas são alguns dos que estão mais sujeitos a ter derrame cerebral. O stress é outro fator de risco.

Como tratar o AVC?

Em pessoas com mais chances de desenvolver a doença, faz-se o seguimento médico mais de perto. "Existem alguns exames que identificam a doença em suas fases iniciais. Podemos lançar mão de um tratamento com medicamentos para afinar o sangue, antes que o problema comprometa a oxigenação cerebral", explica Sérgio. Em determinados casos, pode-se fazer um procedimento cirúrgico para tratar o derrame.

 

Por: Marcia Garcia

Fonte: (MSN)

 


 

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